sexta-feira, 13 de março de 2009

Tromboembolia Pulmonar e Cirurgia Plástica

Nas últimas duas semanas várias pessoas têm me perguntado sobre tromboembolia pulmonar (TEP).
O TEP não é uma doença nova!! Na maioria das vezes é consequência do deslocamento de um coágulo (trombo) originado nos membros inferiores (coxas ou pernas). É uma doença comum e frequentemente fatal. Não ocorre só em cirurgias plásticas. Na verdade, é mais comum em pacientes ortopédicos (como nas correções de fratura de fêmur), oncológicos (portadores de câncer), acamados, entre outros. Entretanto, quando ocorre tal fatalidade com pacientes submetidos à cirurgia plástica a mídia divulga com intensa força. Creiam nisso: TODOS OS DIAS MORREM MUITAS PESSOAS POR TROMBOEMBOLIA PULMONAR!!! Pouquíssimos desses casos ocorrem na Cirurgia Plástica.
A melhor forma de evitar a TEP é evitar que se forme coágulos nos membros inferiores. Entre estas medidas posso citar:
1. Evitar tempo prolongado de cirurgia e, portanto, evitar a realização de muitas cirurgias ao mesmo tempo;
2. Estimular a deambulação precoce no pós-operatório;
3. Usar meias elásticas ou massageadores de panturrilha;
4. Uso de medicações e anestesia apropriadas.
Cada cirurgião têm as suas medidas e prioridades. Muitas vezes, mesmo com todos os cuidados pode ocorrer tal fatalidade. Mesmo com exames pré-operatórios normais!!!!!
Quando se forma o coágulo nos membros inferiores, este pode se deslocar e migrar para o coração (átrio e ventrículo direito) e entrar na artéria pulmonar. Ao ocluir a artéria pulmonar, o trombo diminui o fluxo de sangue que seria oxigenado nos pulmões. É por isto que a TEP é tão grave e até fatal. Na hipótese de TEP deve ser realizada a internação, de preferência em UTI, para a realização da anti-coagulação (medicações que diminuem a coagulação e formação de trombos).
A TEP é uma doença que ocorre por culpa do próprio organismo: resposta a qualquer trauma, doença ou falta de atividade.




Dr. Armando Cunha
Cirurgião Plástico
http://www.armandocunha.com.br/